Sapo parte os próprios ossos para produzir garras que irrompem através da pele

08-04-2013 11:45

        

Nos Camarões existe uma bizarra criatura, Trichobatrachus robustus, que parece saída de um filme de ficção científica. Trata-se de um sapo peludo capaz de partir os seus próprios ossos para fazer crescer garras que saem pelas patas traseiras.

 

Alguns cientistas defendem que este comportamento é um mecanismo de defesa. Outros pensam tratar-se de ferramentas de luta, que permitem uma melhor aderência a qualquer habitat rochoso. Há salamandras que empurram as costelas através da pele, de modo a produzir farpas protectoras, mas o mecanismo usado por este sapo nunca tinha sido visto antes.

A técnica foi também encontrada em nove dos 11 sapos pertencentes ao género Astylosternus, a maioria deles naturais dos Camarões. Alguns sapos têm espinhos ósseos, mas nestas espécies os ossos crescem realmente através da pele, em vez de só a perfuraram quando são necessárias para a sua defesa.

Estas garras estão presentes apenas nas patas traseiras, protegidas por uma massa de tecido conjuntivo. Um pedaço de colagénio forma uma ligação entre a ponta afiada da garra e um pequeno pedaço do osso, na ponta dos dedos dos pés do animal.

A outra extremidade da garra está ligada a um músculo. Os investigadores acreditam que, quando o sapo se sente sob ameaça, contrai esse músculo, o que empurra para baixo a garra. A ponta afiada surge então da ponta óssea e rompe através dos dedos, surgindo na sua parte inferior.

Este mecanismo é único entre os vertebrados, uma vez que esta garra é apenas osso, sem qualquer revestimento exterior de queratina, como acontece com outros animais.

Até agora, só foram estudados espécimes mortos, pelo que ainda não se sabe o que acontece quando o animal retrai as garras, ou até como isso acontece. Não parece existir nenhum músculo responsável por puxá-lo de volta para dentro do corpo, pelo que pode apenas passivamente deslizar de volta para dentro quando o sapo relaxa.

Os machos da espécie, que atingem os 11 centímetros, também produzem longos fios de cabelo na pele e artérias quando se reproduzem – estes fios permitem-lhes receber mais oxigénio, enquanto cuidam da ninhada.

Estes animais vêem-se, infelizmente, ameaçados. Nos Camarões, eles são assados e comidos – os caçadores usam lanças para os matar, de modo a evitar serem magoados pelas garras.

 

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